Hoje, o Evangelho segundo São Lucas proclama uma mensagem que é ainda mais densa do que curta, e note-se que ela é mesmo muito curta! Podemos reduzi-la a dois pontos: um enquadramento de misericórdia e um conteúdo de justiça.
Em primeiro lugar, um enquadramento de misericórdia. Com efeito, a máxima de Jesus sobressai como uma norma e resplandece como um ambiente. Norma absoluta: se o nosso Pai do céu é misericordioso, nós, como filhos seus, também o devemos ser. E como é misericordioso, o Pai! O versículo anterior afirma: «(...) e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom até para os ingratos e os maus» (Lc 6,35).
Em segundo lugar, um conteúdo de justiça. Efetivamente, encontramo-nos perante uma outra formulação da “lei de talião”, nos antípodas (oposta) da que foi rejeitada por Jesus («Olho por olho, dente por dente»). Aqui, em quatro momentos sucessivos, o divino Mestre ensina-nos, primeiro, com duas negações; depois, com duas afirmações. Negações: «Não julgueis e não sereis julgados»; «não condeneis e não sereis condenados». Afirmações: «perdoai e sereis perdoados»; «Dai e vos será dado».
Rachel Malavolti
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