Pastoral da Comunicação

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Somos a PAStoral da COMuniçação da Paróquia Nossa Senhora de Fátima em Unamar. Responsáveis por esse blog, temos a missão de manter a comunidade informada sobre os eventos ocorridos em todas as 14 capelas que constituem nossa paróquia! Esperamos que, com a intercessão de São Francisco Salles, possamos cumprir nossa missão e evangelizar através da comunicação!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Lc 14,12-14

Hoje, o Senhor ensina-nos o verdadeiro sentido da generosidade cristã: o dar-se aos demais. «Quando ofereceres um almoço ou jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes podem te convidar por sua vez, e isto já será a tua recompensa» (Lc 14,12).


O cristão move-se no mundo como uma pessoa comum; mas o fundamento do trato com os seus semelhantes não pode ser nem a recompensa humana nem a vanglória; deve procurar ante tudo a glória de Deus, sem pretender outra recompensa que a do Céu. «Pelo contrário, quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos! Então serás feliz, pois estes não têm como te retribuir! Receberás a recompensa na ressurreição dos justos» (Lc 14, 13-14).


O Senhor convida-nos a dar-nos incondicionalmente a todos os homens, movidos somente pelo amor a Deus e ao próximo pelo Senhor. «Se emprestais àqueles de quem esperais receber, que recompensa mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto» (Lc 6,34).


Isto é assim porque o Senhor ajuda-nos a entender que se damo-nos generosamente, sem esperar nada em troca, Deus nos pagará com uma grande recompensa e nos fará seus filhos prediletos. Por isto, Jesus nos diz: «Pelo contrário, amai os vossos inimigos, fazei bem e emprestai sem daí esperar nada. E grande será a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo» (Lc 6-35).


Santo do dia: Afonso de Palma, Antônio de Milão e Foilano.

Comemoração: Início da Semana de Prevenção contra Doenças do Coração e dia do Saci

domingo, 30 de outubro de 2011

31º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Mt 23,1-12


A hipocrisia destrói o projeto do Reino. Simplicidade e humildade são os elementos centrais na organizaçãoda comunidade religiosa. Sendo um só nosso Pai, nós, filhos, devemos estar contínua vigilângia para não nos movermos a partirda vaidade, do orgulho e da hipocrisia. Sonhamos com uma Igreja com mais irmãos e menos "chefes". Todo ministério pastoral está a serviço da evangelização. Ser importante para a dinâmica do Evangelho é poder servir e não servi-se das pessoas. Somente quem serve é grande na lógica do Reino. Quando a motivação primeira de nossas atividades pastorais or a doação, então teremos verdadeiras comunidades cristãs.

sábado, 29 de outubro de 2011

Lc 14,1.7-11

"Porque quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado." Lc 14,11


Jesus ensina aos fariseus que em seu Reino não há divisão de lugares importantes e menos importantes. Deus dá a cada um conforme sua vontande. O mais importante é ocupara o lugar que o Senhor nos reservou. O Reino é fundada na humildade, na fraternidade e no serviço.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Lc 6,12-19

São Simão e São Judas Tadeu

Hoje contemplamos um dia inteiro da vida de Jesus. Uma vida que tem duas vertentes claras: a oração e a ação. Se a vida do cristão há de imitar a vida de Jesus, não podemos prescindir de ambas as dimensões. Todos os cristãos, inclusive aqueles que têm se consagrado à vida contemplativa, temos de dedicar uns momentos à oração e outros à ação, ainda que varie o tempo que dediquemos a cada uma.


Mas, afinal, por que estes homens e tantos outros seguiram Jesus? Porque Ele é o Senhor, porque Jesus é o amor. Ele, o único Deus que desceu até nós, curou-nos de todas as imundícies do mundo. Jesus foi e é o único dentre todos que morreu em uma cruz por nós. Por isso, não devemos ter outro Senhor além d’Ele!


De fato, nós custamos caro a Deus. O preço da nossa redenção foi o sangue de Seu próprio Filho. Por isso, quando deixamos de buscar Jesus para buscarmos outros que não nos podem dar a salvação, nós O desagradamos profundamente. Quando nos apegamos em outras religiões, em outras filosofias de vida, é o mesmo que dizer a Jesus que não valeu a pena Ele ter morrido numa cruz por nós.


Jesus é o único Senhor de nossas vidas. Abandone tudo aquilo que o afasta d’Ele! Próprias religiões como o álcool, o cigarro, as baladas, as drogas, a mentira, o adultério, o apego aos bens materiais. Tudo isso e muito mais, aos poucos, vai tomando o lugar que deveria ser de Jesus.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Lc 13,31-35

Hoje podemos admirar a firmeza de Jesus no cumprimento da missão encomendada pelo Pai do céu. Ele não se deteve por nada: Eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã (Lc 13,32). Com esta atitude, o Senhor marcou a pauta de conduta que ao longo dos séculos seguiriam os mensageiros do Evangelho ante as persecuções: não dobrar-se ante o poder temporário. Santo Agostinho disse que, em tempo de persecuções, os pastores não devem abandonar os fiéis: nem os que sofrerão o martírio nem os que sobreviverão como o Bom Pastor, que quando vê que vem o lobo, não abandona o rebanho, senão que o defende. Mas visto o fervor com que todos os pastores da Igreja se dispunham a derramar o seu sangue, indica que o melhor será jogar a sorte quem dos clérigos se entregarão ao martírio e quais se porão a salvo para logo cuidarem dos sobreviventes.

Na nossa época, com freqüência, nos chegam notícias de persecuções religiosas, violências tribais ou revoltas étnicas em países do Terceiro Mundo. As embaixadas ocidentais aconselham aos seus concidadãos que abandonem a região e repatriem o seu pessoal. Os únicos que permanecem são os missioneiros e as organizações de voluntários, porque para eles pareceria uma traição abandonar os seus em momentos difíceis.

Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintainhos debaixo das asas, mas não quiseste! (Lc 13,34-35). Esse lamento do Senhor produz em nós, os cristãos do século XXI, uma tristeza especial, devido ao sangrento conflito entre judeus e palestinos. Para nós, essa região do Próximo Oriente é a Terra Santa, a terra de Jesus e de Maria. E o clamor pela paz em todos os países deve ser mais intenso e sentido pela paz em Israel e Palestina.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Lc 13,22-30

No Evangelho de hoje, Jesus anuncia Sua mensagem de salvação ensinando de cidade em cidade, de povoado em povoado. Ao mesmo tempo, Ele se aproxima de Jerusalém, onde alguém lhe pergunta: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?”


É a tentação de sempre, daqueles que se julgam “proprietários” da salvação, especialmente os fariseus. Mas é também a tentação que temos nós, discípulos, quando perdemos a dimensão da espera. Quando acreditamos que “os muros da nossa cidade interior” são tão seguros a ponto de não precisar de vigilância.


“Para mantermos a vida de fé necessitamos fazer todo o esforço possível para passar pela porta estreita”, diz o Senhor. Com este símbolo, Jesus não tem a intenção de dizer que, devido ao monte de gente que quer a vida eterna, tenhamos que “empurrar uns aos outros” pra poder garantir nosso lugar. Não! Devemos nos esforçar sim; não basta querermos.


É verdade que não podemos nos salvar por nossas próprias forças, mas isto não acontece sem a nossa ação, com uma atitude de pura passividade. Deus nos salva, mas nos leva a sério como pessoas livres e responsáveis. Devemos nos esforçar e lutar, aproximando-se decididamente e conscientemente do Senhor para superar os obstáculos e testemunhá-lo com a nossa vida.


Com a afirmação sobre a porta que é fechada pelo dono da casa, Jesus quer nos dizer que devemos nos esforçar, porque nosso tempo é curto. Não podemos adiar “pra não sei quando” o esforço de viver em comunhão com Deus. Com a nossa morte, a porta será fechada e será decidido o nosso destino. Então, será muito tarde para querer chamar e bater.


Devemos levar também em conta que o nosso tempo, além de limitado não é do nosso controle. Não podemos viver uma vida segundo o nosso bel-prazer e adiar para a velhice a preocupação pela salvação. Não somos nós que fechamos a porta, mas Deus. Por isso, devemos estar sempre prontos.


Quem não se orienta pela vontade de Deus, quem rejeita, conscientemente, a comunhão com Ele, já excluiu a si próprio da salvação. Esta sua decisão é respeitada e confirmada pelo Senhor. E seria triste chorar de desgosto e ranger os dentes de raiva por se dar conta do que foi perdido.


Jesus nos interpela. Para chegarmos ao Reino, à vida plena, à felicidade eterna – dom de Deus oferecido a todos – é preciso renunciar a uma vida baseada naqueles valores que nos tornam orgulhosos, egoístas, prepotentes e autossuficientes para seguir Jesus no Seu caminho de amor, de entrega e dom da vida.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Lc 13,18-21

Santo Antonio de Sant’Anna Galvão

Hoje, os textos da liturgia, mediante duas parábolas, põem diante de nossos olhos uma das características próprias do Reino de Deus: é algo que cresce lentamente, como um grão de mostarda, mas que chega a ser grande ao ponto de oferecer refúgio às aves do céu. Com essa parábola, Nosso Senhor exorta à paciência, à fortaleza e à esperança. Essas virtudes são particularmente necessárias a aqueles que se dedicam à propagação do Reino de Deus. É necessário saber esperar a que a semente plantada, com a graça de Deus e com a cooperação humana, vá crescendo, aprofundando suas raízes na boa terra e elevando-se pouco a pouco até converter-se em árvore. Faz falta, em primeiro lugar, ter fé na virtualidade, fecundidade, contida na semente do Reino de Deus. Essa semente é a Palavra; é também a Eucaristia, que se semeia em nós mediante a comunhão.


A segunda comparação foi com o fermento que se mistura com três porções de farinha até que tudo fique fermentado. Jesus entendia até de cozinha! Quem cozinha sabe que não é só jogar o fermento e pronto! Existe todo um processo para fazer ele penetrar na massa.


Eu fico imaginando aquelas mulheres quando iam preparar o pão, fazendo as analogias a cada gesto durante a preparação. A farinha é o nosso ser e o fermento é o amor. Enquanto a massa vai sendo misturada com o fermento, ela precisa ser batida, amassada e remodelada para que o fermento se misture e fique igualmente distribuído em toda a massa, para que, no momento de ir ao fogo, o pão resista ao calor e cresça por igual.


Nós também precisamos ser amassados e remodelados para que o amor preencha todas as áreas da nossa vida. Enquanto houver áreas sem fermento, será preciso amassá-la e sovar um pouco mais, até que o fermento do amor entre nela. Tudo isso para que, no momento de ir ao fogo, o nosso pão cresça por igual sem áreas deformadas pela falta do fermento.


Parábolas que animam a paciência e a esperança; parábolas que se referem ao Reino de Deus e à Igreja, e que se aplicam também ao crescimento deste mesmo Reino em cada um de nós.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Lc 13,10-17

Santo Antonio Maria Claret

Jesus estava mais uma vez ministrando na sinagoga e entre a multidão estava uma mulher possessa de um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; ela andava encurvada sem de modo algum poder endireitar-se. Vivia debaixo de um governo maligno. Sua enfermidade era espiritual e refletia no físico. Suas vértebras se fundiram e era impossível consertar. Hoje temos obras científicas comprovadas de que as doenças do espírito provocam descargas muito fortes na estrutura física do homem provocando todo tipo de enfermidades. Quem sabe na vida daquela mulher a falta de perdão, ressentimentos, raízes profundas de amargura, foram as brechas para o inimigo trabalhar e lançar a enfermidade? Não sabemos, pois a Palavra não nos afirma assim, mas podemos conjecturar.


Durante dezoito anos, aquela mulher encurvada estava toda semana na sinagoga, ouvindo as pregações, louvando, ofertando e sacrificando, mas sem nenhuma solução para o seu problema. Hoje, temos muitos vivendo como essa mulher: vida pessimista, encurvada, oprimida por cargas e fracassos durante anos.


O Mestre a contemplou nos últimos bancos, na ala das mulheres, sentiu compaixão pela dor daquela mulher, parou tudo e a chamou para frente, para a ala dos homens, quebrando totalmente o protocolo da tradição e, diante de todos, libertou-a de todo seu tormento.


Em seguida, os religiosos se levantaram contra a vitória daquela mulher, pois não aceitaram a cura em dia de sábado. Nunca haviam feito nada por ela em todo o decorrer dos anos, mas quando alguém fez levantaram-se contra. Jesus a defendeu. A vida é muito mais importante do que as tradições e ritos. Quem sabe, muitos têm se levantado contra a sua vitória, mas creia que Jesus, no momento certo, lhe defenderá diante de tudo e de todos. Você será justificado pelo Bom Mestre.


Talvez você, em alguma área da sua vida, esteja encurvado. Não consegue andar corretamente. Aquela mulher não levantava a cabeça, somente olhava para o chão. Ninguém conseguia ver sua face, andava escondida, cheia de complexos. Mas quando Jesus chegou, Ele mudou tudo. Quando o Senhor chega, o inferno tem que se render diante do Seu grande poder. Quando Ele chega, os inimigos têm que recuar e saírem envergonhados.


Meu irmão, minha irmã, este é o seu dia. Este é o seu momento! Levante-se, erga a cabeça e tome posse do milagre! Jesus está lhe dizendo: “Você está curada. Vá em paz”.


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domingo, 23 de outubro de 2011

30° DOMINGO DO TEMPO COMUM

Nesse Dia Mundial das Missões, a Igreja nos lembra que todo cristão deve ser missionário. A Liturgia focaliza a mensagem principal que devemos anunciar e testemunhar: maior Mandamento da LEI: o AMOR.

Jesus resume toda a LEI no Amor: Amor a Deus e aos irmãos. (Mt 22,34-40)

Os fariseus apresentam armadilhas bem montadas, destinadas a provocar afirmações polêmicas de Jesus, para poder acusá-lo e condená-lo.

Segue o confronto de Jesus com as lideranças judaicas.

Os fariseus perguntam: "Qual é o maior dos mandamentos?"

Era uma questão muito polêmica entre os líderes religiosos daquele tempo. Alguns afirmavam que o maior de todos os mandamentos era guardar o sábado. Outros diziam que todos os mandamentos tinham o mesmo valor. Ademais os judeus tinham 613 mandamentos (a maioria proibições). Era um grande emaranhado de preceitos e prescrições. Muita gente hoje tem dificuldade em recordar de cor os 10 mandamentos. Imaginem a dificuldade para lembrar e cumprir todas essas normas.

Jesus responde, buscando fundamentação em duas passagens da Bíblia: Deuteronômio: "Amarás o Senhor teu Deus com todas..." (Dt 6,5) e Levítico: "Amarás teu próximo como a ti mesmo..." (Lv 19,18)

Esses dois mandamentos já eram conhecidos, mas a originalidade deste ensinamento está em dois pontos:

- Define o Amor a Deus e ao irmão como o centro essencial da Lei;

- Unifica e equipara os dois mandamentos: "O segundo é semelhante a esse".

Esses dois mandamentos são a expressão maior da vontade de Deus. São o resumo de toda a Bíblia.

O que esse Evangelho tem a nos dizer, hoje?

Ao longo dos dois mil anos de cristianismo fomos criando

muitos mandamentos, preceitos, proibições, exigências, opiniões,

pecados e virtudes, que arrastamos pesadamente pela história.

E acabamos perdendo a noção do que é verdadeiramente importante. Hoje, ficamos discutindo certas questões secundárias, sem discernir muitas vezes o essencial da proposta de Jesus.

O Evangelho deste domingo é claro: o essencial é o amor a Deus e o amor aos irmãos. Para o cristão, o Amor é fundamental, porque Deus é amor e ama o homem, e o homem é um ser criado para amar.


O AMOR A DEUS nós manifestamos quando nos mantemos na Escuta de sua Palavra e na disposição de cumprir a sua vontade. Esforço-me, de fato, em escutar as propostas de Deus, mantendo um diálogo pessoal com Ele, procurando refletir e interiorizar a sua Palavra, tentando interpretar os sinais com que Ele me interpela na vida de cada dia? Tenho o coração aberto ou fechado às suas propostas? Procuro ser uma testemunha profética de Deus e do seu Reino?


O AMOR AOS IRMÃOS nós manifestamos ao dar atenção às pessoas que encontramos pelos caminhos da vida, ao sentir-nos solidários com as alegrias e sofrimentos de cada pessoa, ao partilhar as desilusões e esperanças do próximo, ao fazer da nossa vida um dom total a todos. O mundo, em que vivemos, precisa redescobrir o amor, a solidariedade, o serviço, a partilha, o dom da vida.

Estamos no último domingo do mês missionário. Vivendo intensamente esses dois amores (a Deus e ao Próximo), crescerá também em nós um novo "Ardor Missionário".

sábado, 22 de outubro de 2011

Lc 13,1-9

Temos neste texto, exclusivo de Lucas, um caso único, nos evangelhos, em que Jesus, em seus ensinamentos, faz referência a acontecimentos recentes. Os galileus foram mortos por Pilatos porque suspeitava que fossem subversivos. Segundo a "doutrina da retribuição" dos fariseus, o sofrimento era castigo de Deus e a abundância era bênção de Deus.

A morte violenta dos galileus foi vista como conseqüência de seus pecados. Jesus o descarta, e traz a questão para dentro da própria comunidade judaica, uma torre que caiu e matou dezoito, em Jerusalém. Eram, estes também, mais pecadores que os demais? Negando esta doutrina da retribuição, Jesus destaca que o encontro com Deus se dá pela conversão necessária para todos aqueles que se julgavam justos. Com a parábola que segue, Jesus mostra a paciência de Deus em dar oportunidades para a conversão.

Lc 12,54-59

Na primeira parte desta fala de Jesus, os ouvintes são induzidos a reconhecerem os sinais do tempo não apenas no sentido metereológico, mas no sentido do tempo de sua presença divina e libertadora, instaurando a justiça no mundo. É o tempo da revelação, em Jesus, da Verdade e do amor de Deus para com todos, homens e mulheres, transformando o mundo. Contudo, a novidade de Jesus ainda não é bem entendida. Há incompreensões, distorções, e rejeições.

Na segunda parte temos uma parábola sobre a conveniência da reconciliação. O seu conteúdo não é claro, particularmente a menção ao "adversário". No texto a reconciliação parece ser conveniente diante do risco de ser condenado e pagar toda a dívida. Tais detalhes sugerem a existência de uma culpa, do que decorre um apelo à conversão.

A reconciliação, em um sentido mais abrangente, consiste também em nos aproximarmos daqueles diante dos quais temos sido insensíveis e indiferentes, os excluídos e os explorados e empobrecidos, buscando a implantação da justiça no mundo.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Lc 12,49-53

Jesus manifesta sua expectativa em que o fogo do amor que veio lançar já estivesse aceso na terra. Em Lucas a imagem do fogo é associada ao Espírito: Jesus é o que batiza no Espírito Santo e no fogo. O Espírito Santo, enviado pelo Pai e por Jesus, não é o fogo da condenação, mas sim o fogo que purifica, libertando, iluminando, e inspirando os corações, inundando-os de amor.

Em Jesus encontramos a paz verdadeira, fruto do amor que liberta da opressão, em novas relações fraternas na justiça e na partilha. A palavra da verdade de Jesus traz a paz, porém provoca divisões da parte daqueles ambiciosos da riqueza que se ocultam nas trevas. Para estes a "paz" significa a submissão, a subserviência, a humilhação e a exploração do povo oprimido, com a repressão de qualquer contestação à ordem imposta por estes ambiciosos.

Assumir a paz de Jesus provoca divisões em relação àqueles que, mesmo dentro da família, preferem continuar submissos ao domínio da ideologia dos poderosos, com sua falsa paz, e com seus ideais de inserção no mercado global, de sucesso pessoal e enriquecimento. A paz de Jesus é fruto do compromisso com a verdade e com a justiça, na regeneração da vida.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Lc 12,39-48

São Paulo da Cruz


Estas duas parábolas – a da chegada inesperada do ladrão e a do comportamento do servo que aguarda a chegada do seu senhor – dão continuidade ao tema escatológico da Parusia. Esperando continuamente a chegada imprevisível do Senhor que serve, a comunidade cristã permanece atenta, concretizando a busca pelo Reino através da prontidão para o serviço fraterno.


“Vós também, ficai preparados, pois na hora em que menos pensais, virá o Filho do Homem”. O tema de hoje é a vigilância. Eu e você precisamos estar preparados. Se você soubesse que hoje seria o último dia da sua vida, o que você faria, meu amigo?


Não sabemos nem o dia nem a hora. Eu preciso viver como se este dia e esta hora fossem os últimos na minha vida. Se eu viver assim o dia de hoje, tenho certeza que estarei preparado, porque se o Senhor vier no dia de hoje, não haverá desespero para mim. Por quê? Porque estou vivendo este dia como sendo o último e esta hora como sendo a última.


Agora, seria muito triste eu não zelar, não administrar bem o que o Senhor me confiou, ou seja, os talentos. “A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!” É verdade. Deus me confiou muitas coisas, Ele me deu muitos dons, confiou a mim uma obra. Então, eu tenho que ser fiel àquilo que o Senhor me confiou. Tenho que administrar bem aquilo que Ele me deu, mesmo sabendo das minhas fraquezas e pecados.


Como o dono da casa, da primeira parábola, que vigia para que bens sejam tomados pelo ladrão, assim também os discípulos devem vigiar para que sua vida não seja tomada pelos poderosos deste mundo. Os discípulos devem agir como o servo prudente que, na segunda parábola, zela por todos enquanto o dono da casa está ausente. Jesus, na realidade, nos revela a atualidade da presença do Reino de Deus entre nós ao assumirmos o serviço como realização pessoal e partilharmos a própria vida, em comunhão com nosso próximo mais carente.


O Pai confiou a você uma família, um trabalho, enfim, tantas coisas. Deus lhe confiou uma comunidade, confiou filhos e pais. Ele lhe confiou o que está à sua volta para que você cuidasse com toda fidelidade e pudesse estar vigilante, porque hoje o Senhor vai vir.

Lc 10,1-9

São Lucas, Evangelhista


O evangelho de hoje, sobre o envio de outros setenta e dois discípulos, é exclusivo de Lucas, e mostra a ação missionária mais abrangente do que o envio dos doze apóstolos, tendo um caráter mais universalista. Os missionários, despojados de bens pessoais, testemunham o abandono nas mãos de Deus e a confiança na acolhida de muitos que encontrarão pelo caminho.


O Reino de Deus é antes de tudo uma pessoa: Jesus. Quem o acolhe encontra a vida, a alegria, a missão de anunciá-Lo. O gesto de bater, sacudir a poeira dos pés, era um gesto simbólico dos israelitas que, ao ingressar de novo no próprio país – depois de terem estado em terra pagã – não queriam ter nada em comum com o modo de vida dos pagãos. Libertar-se da poeira que se grudou aos pés enquanto estavam em território pagão significava ruptura total com aquele sistema de vida. Fazendo isso, os discípulos transferem toda responsabilidade pela rejeição da Palavra àqueles que os acolheram mal e rejeitaram o anúncio do Evangelho. E a paz oferecida não se perde, mas volta a quem a oferece.


A fé e a missão começam no coração e devem terminar nos lábios e nas ações. Não podemos deixar que o receio atrapalhe a nossa missão cristã.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Lc 12,13-21

Santo Inácio de Antioquia

O parágrafo se inicia com uma advertência séria: “Cuidado! Deveis estar vigilantes de modo a evitar toda forma de cobiça ou ambição de ser ricos, pois a verdadeira vida não depende da abundância dos bens materiais”. A tradução seria: porque, na realidade, a vida de alguém não consiste em ter excesso de posses. A vida não consiste em acumular riquezas.

No Evangelho, Jesus fala a respeito de um homem cujas terras produziram uma colheita copiosa: “Que farei, pois não tenho onde estocar semelhante riqueza?” Ele só pensou em si mesmo para viver uma vida de descanso e prazer. Esta é uma falsa segurança que não protege da morte. Uma solução mais fácil seria repartir o que não coubesse nos celeiros com os mais necessitados. Ou vender a preço mais acessível o excedente.

A acumulação de riquezas por alguns gera os empobrecidos, com o escândalo da divisão da sociedade em ricos e pobres. É a solidariedade e a partilha com os mais necessitados que nos levam à comunhão de vida eterna com Jesus e com o Pai.

O juízo de Deus sobre nós não será sobre o que possuímos, mas sobre nossa fidelidade a Ele.

domingo, 16 de outubro de 2011

29° DOMINGO DO TEMPO COMUM

Mt 22,34-40

No Evangelho, Jesus responde a uma pergunta política. (Mt 22,34-40) Discípulos dos fariseus e herodianos, favoráveis ao poder romano, fazem uma pergunta capciosa: "É permitido ou não pagar o TRIBUTO a César?"

Se dissesse SIM: apareceria como colaborador da dominação romana. Se dissesse NÃO: seria denunciado às autoridades romanas como subversivo. Jesus percebe a armadilha. Pede uma moeda e pergunta: "De quem é essa imagem? "Dai pois a César o que é de César..." e acrescenta: "...e a Deus o que é de Deus"

"Dar" significa aqui "devolver" a cada um o que lhe pertence. Não deve dar a César o que não lhe pertence: a ADORAÇÃO, devida unicamente a Deus. Jesus não nega o pagamento do tributo imperial. O amor a Deus não tira as obrigações para com a nação. Mas questiona a pretensão de César de se nivelar a Deus e exigir dos súbditos culto só devido a Deus. A resposta reduzia César às suas devidas dimensões.

Um Perigo: Tirar o lugar de Deus. Uns reconhecem a autoridade do império, por isso servem aos interesses dele, pagando o imposto; Outros querem reconhecer a autoridade de Deus, mas deixam de lado o que é de Deus. O dinheiro, o poder, o êxito, a realização profissional, a ascensão social, o clube de futebol podem tomar o lugar de Deus e passam a dirigir e a condicionar a vida de muitas pessoas. Deus é, de fato, nosso único "Senhor", a quem servimos?

Conclusões da resposta de Jesus:

- "Dar a César..." (a imagem de César) O Cristão tem obrigações com a Sociedade em que vive. Nenhum país funciona se a população não der a César o que é de César.O cristão deve ser um bom cidadão.É uma obrigação moral, além de civil, contribuir para o bem comum com o pagamento de impostos justos.

- "Dar a Deus" (o homem foi criado à "imagem" de Deus) Por isso, seus direitos e sua dignidade devem ser respeitados por todos. Nós somos o "seu Povo", que não pode ser vendido a nenhum César. Se tiramos de Deus o que lhe pertence, devemos "devolver". Só Deus é o "Senhor" de nossa vida.

Participar na Vida e Ação Evangelizadora e Missionária da Igreja. A Igreja no Brasil nos pede que todos devemos: "EVANGELIZAR, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida, rumo ao Reino definitivo". (DGAE)

sábado, 15 de outubro de 2011

Lc 12,8-12

Jesus continua sua fala de advertência aos discípulos, prevenindo-os contra a doutrina dos fariseus, estimulando-os ao testemunho, e preparando-os para o recrudescimento das perseguições.

O Filho do Homem se declarará, diante de Deus, a favor dos que se declaram por Jesus e negará os que o renegam. O Filho do Homem, dentre várias interpretações, pode indicar a dimensão mediadora de Jesus, em sua condição humana.

Uma palavra que o negue pode ser perdoada, permanece aberto o convite à de conversão. Outro contraste é feito entre uma palavra contra o Filho do Homem, que será perdoada, e a blasfêmia contra o Espírito Santo, que não será perdoada. O Espírito Santo é a plenitude do amor misericordioso de Deus. A blasfêmia contra o Espírito Santo é a sua simples rejeição ou a distorção da face de Deus, escondendo e confundindo o povo quanto ao seu amor misericordioso, como o faziam os fariseus e doutores da lei.

Em contraste com os que rejeitam o Espírito Santo, temos os discípulos perseverantes no seguimento de Jesus. Enfrentam as perseguições e são iluminados e fortalecidos por este Espírito.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Lc 12,1-7

Diante do ajuntamento de milhares de pessoas, com certo exagero de Lucas, Jesus fala primeiro aos discípulos. Ele aborda dois temas: a hipocrisia e o destemor.

A expressão que mais se destaca é: “Não temais: valeis mais do que todos os pássaros do mundo”

Neste Evangelho, Jesus quer nos mostrar que o olhar do Pai onisciente não nos abandona jamais.

Deus nos deixa travar o combate na medida das nossas forças. Mas, se uma dificuldade nos abate quando estamos doentes ou desencorajados, é porque nossa natureza é fraca. Então, Ele próprio faz, como é preciso e como sabe, tudo o que está no Seu poder para que sejamos socorridos. Confirma-nos secretamente tanto quanto pode, para que tenhamos a força de suportar nossas dificuldades, pois, na confiança que nos dá, Ele frustra as dificuldades e, pela visão desta fé, nos desperta para o louvor.

Contudo, se for preciso que esta ajuda secreta seja explicitada, Ele o faz, mas por necessidade. Os seus caminhos são de grande sabedoria; prolongam-se quando é preciso e necessário, mas nunca de qualquer maneira.

“Não tenham medo, pois vocês valem mais do que muitos passarinhos”.Portanto: confie, espere e tenha fé em Deus. É desta forma que Ele providencia tudo junto aos seus santos.


Não se inquiete com todo o restante; deixe nas mãos da Divina Providência o que não pode cumprir por você mesmo. São agradáveis a Deus a solicitude e o cuidado que, com discernimento, colocamos nas tarefas que temos a cumprir para conseguirmos concretizá-las da melhor maneira.


Não são agradáveis a Deus a ansiedade e a inquietação do espírito. O Senhor quer que nossos limites e fraquezas encontrem apoio na sua fortaleza e onipotência. Ele quer que tenhamos confiança, pois sua bondade suprirá a imperfeição dos nossos meios.


Ele não quer que o homem se atormente com suas próprias limitações humanas; não é preciso nos cansarmos excessivamente. Quando, de fato, nos esforçamos em dar o melhor de nós, podemos deixar o resto nas mãos d’Aquele que tem o poder de realizar tudo o que quer.


“Não temais. Até os cabelos da vossa cabeça estão contados”. Quem nos garante isto é o próprio Jesus. O nosso amabilíssimo Salvador nos assegura, em várias passagens das Sagradas Escrituras, o seu cuidado e vigilância contínuos naquilo que nos diz respeito. Ele próprio nos leva e nos levará sempre em seus braços, no seu coração e nas suas entranhas.


Tenhamos cuidado em não nos apoiarmos no poder ou na benevolência dos nossos amigos, nem nos nossos bens ou no nosso espírito, ciência, forças, bons desejos, orações, nem mesmo na confiança que pensamos ter em Deus, nem nas mediações humanas, nem em coisa alguma criada, mas unicamente na misericórdia de Deus.


Isto não quer dizer que não seja preciso nos valer das coisas a que acabamos de aludir, e que não tenhamos que pôr da nossa parte tudo o que pudermos a fim de vencer o vício, praticar a virtude, orientar e levar a bom termo os assuntos que Deus nos confiou, e assim cumprir com as obrigações que são inerentes ao nosso estado. Mas devemos renunciar a todo apoio e a toda a confiança que poderíamos encontrar nessas coisas, e nos apoiar na pura bondade de nosso Senhor. De tal maneira que, da nossa parte, devemos velar e trabalhar como se nada esperássemos da parte de Deus. No entanto, não nos devemos apoiar no nosso cuidado e trabalho, como se fizéssemos alguma coisa, mas esperar tudo unicamente da misericórdia de Deus.


Um outro aspecto que o Mestre salienta é o da hipocrisia. A hipocrisia é uma prática do farisaísmo a fim de dominar sob a aparência de santidade e honra. Como discípulos devemos estar atentos, descartar qualquer hipocrisia e tudo fazer e dizer claramente em nome da verdade, pois o medo é a outra arma do poder.


Quem nada teme é livre. Nem a própria morte o intimida. Não se abandona a missão por medo da morte. Devemos antes temer, sim, a morte interior que consiste na hipocrisia e na cobiça. Deus não se esquece de seus discípulos e os guarda na vida eterna.


Que a bondade divina nos comunique sempre a luz da sabedoria para que possamos ver com clareza e realizar os seus bons desejos com profunda convicção, em nós e nos outros, para que das suas mãos aceitemos o que nos envia, considerando o que é de maior importância: a paciência, a humildade, a obediência e a caridade.

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Lc 11,47-54

Hoje o Evangelho nos fala do sentido, aceitação e trato dado aos profetas: «Eu lhes enviarei profetas e apóstolos, e a alguns, eles matarão ou perseguirão» (Lc 11,49).

São pessoas de diferente condição social ou religiosa, que tem recebido a mensagem divina e tem se impregnado dela; impulsionadas pelo Espírito, o expressam com signos ou palavras compreensíveis para seu tempo. É uma mensagem transmitida através de discursos, nunca lisonjeiros, ou ações, quase sempre difíceis de aceitar. Uma característica da profecia é sua incomodidade. O dom resulta incômodo para aquele que o recebe, o esfolia internamente e, é molesto para seu entorno, que hoje, graças à Internet ou aos satélites, pode se estender ao mundo todo.

Ainda há pessoas que se reservam para elas o direito de saber em exclusiva, que o compartilham “no melhor dos casos” com os seus, com aqueles que lhe permitem continuar no colo dos seus sucessos e da fama. Pessoas que fecham o passo aos que tentam entrar nos âmbitos do conhecimento, não seja que talvez saibam tanto quanto eles e os ultrapassem: «Ai de vós, doutores da Lei, porque ficastes com a chave da ciência! vós mesmos não entrastes, e ainda impedistes os que queriam entrar».

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

NOSSA SENHORA APARECIDA

Nesta narrativa de João, a festa de núpcias não oferece vinho suficiente. Por quê? Precisamente por se tratar de uma bebida passageira.

Assim sendo e havendo seis talhas de pedra vazias e destinadas às purificações rituais dos judeus, Jesus pede que encham as talhas com água. O ensino que tiramos deste texto é que água de purificação não é solução. É preciso transformá-la. A atual prática do Judaísmo deixa a desejar. Mas é preciso termos em conta a intervenção de Maria. A mãe de Jesus que, tendo percebido o problema, não olha pelos lados para ver de quem era a responsabilidade em arranjar ou proporcionar a alegria da festa.

Com seu simbolismo, João não pretende realçar a relação amorosa “mãe-filho”, mas sim a relação de maternidade entre Maria e a humanidade. Ao que Jesus responde: “Não é preciso que a senhora diga o que eu devo fazer. Ainda não chegou a minha hora”. Jesus referia-se neste momento a hora de sua glorificação na cruz, que consagra uma vida toda dedicada à renovação do mundo pelo amor, até o fim, sem temer a morte.

Apesar de não ter chegado a sua hora, Jesus faz como que um prelúdio, uma sinalização de sua “hora”, e associa a água, fonte da vida, ao vinho, fonte de alegria. O amor de Jesus liberta da Lei e gera vida e alegria.

Jesus atende aos apelos de sua mãe e faz algo extraordinário: “Todos costumam servir primeiro o vinho bom e, depois que os convidados já beberam muito, servem o vinho comum. Mas você guardou até agora o melhor vinho”.

Falar de casamento num mundo como o nosso, onde existe a filosofia do “ficar”, na qual homens e mulheres têm medo de compromissos definitivos, é difícil, mas não impossível.

No texto de hoje, João nos diz que o casamento é uma prova de que é possível casar-se para sempre quando o mistério de Deus envolve toda a vida e preparação dos noivos. Sobretudo, quando está presente Maria que intercede junto a seu Filho Jesus pelos jovens e famílias já constituídas. Este Evangelho deixa bem claro que os principais convidados deste casamento são Jesus, Maria e seus discípulos.

Para você que é jovem e quer casar ou já está casado, quero lembrar que poderá enfrentar dificuldades e situações adversas, mas quando o amor é construído de dentro para fora e quando os dois entendem a missão e a responsabilidade do que estão fazendo, com Deus tudo fica mais fácil.

“Mais fácil” porque você tem consciência desta escolha que envolve renúncia, capacidade para esquecer de si próprio por amor ao outro e o grande propósito em fazer ao cônjuge feliz. A missão da esposa é fazer feliz o esposo e a missão do esposo é fazer feliz a esposa. É proporcionar o melhor vinho um ao outro. Através da sua oração você colocará o seu esposo ou esposa, noivo ou noiva, namorado ou namorada no céu. Em outras palavras, que a santidade da sua vida santifique a do outro!

A santidade, julgo eu, é o melhor vinho que nunca deve faltar dentro de um lar. E isto é fruto de uma intimidade profunda com o Espírito Santo, o dispensador das graças de Deus doado gratuitamente pelo Pai através de Jesus Cristo por intercessão de Maria Santíssima, nossa Mãe e Mãe da Igreja: “Filho, eles não têm mais vinho”.

Assim, quero hoje sugerir a você: dirija sua súplica a Jesus por meio de Maria. Que vinho tem faltado na sua casa? Que tipo de vinho você necessita hoje? Falta compreensão, perdão, paciência, fidelidade e, principalmente, amor? Lembro que a garantia da sua felicidade vem da confiança, da esperança e da fé em Jesus Cristo, Filho de Deus e de Maria, a minha e a sua Mãe.

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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Lc 11-37-41

Aceitando o convite do fariseu para jantar, Jesus senta-se à sua mesa, onde havia também outros fariseus e doutores da lei. Percebe-se que a intenção do fariseu anfitrião é a de incriminar Jesus em alguma falta contra a Lei. Isto se evidencia pela censura do fariseu quando Jesus não faz as purificações rituais de mãos, pratos e copos antes da refeição. Jesus em sua advertência, de modo abrangente, vai além da crítica à prática individual dos fariseus, questionando a própria religião deles. Eles preocupando-se com a purificação externa procuram ocultar o que realmente está em seu interior. Para Jesus a pureza diante de Deus não se baseia em práticas rituais, mas sim em uma atitude interior que se concretiza na esmola, que significa a prática da justiça.

Em nossa sociedade, controlada por aqueles que ambicionam a acumulação de riquezas, predominam as aparências, em vista de alcançar prestígio e favorecimentos. Esta mentalidade chega a atingir a própria religiosidade, quando a prática cultual passa a substituir a prática da justiça. A verdadeira religião consiste na pureza interior que se alcança ao abandonar a avareza e a cobiça, empenhando-se na instauração da justiça neste mundo.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Lc 11,29-32

Jesus mostrou várias vezes que eles tinham Moisés e aos profetas e, se não acreditaram neles, também não creriam num sinal. Eles não receberiam sinal algum a não ser de Jonas, que ficou três dias e três noites dentro de um grande peixe. Os ninivitas deviam acreditar na história de Jonas sobre o peixe. Eles nunca tinham visto este sinal, mas eles acreditaram e se converteram. Os fariseus que conheciam esta história e que sabiam muito mais das Sagradas Escrituras que os ninivitas, não foram capazes de reconhecer em Cristo a Palavra última de Deus.

Esta pode ser a minha e a sua posição quando, depois de todas as graças que temos recebido de Deus, ainda duvidamos da Sua ação entre nós! Como os fariseus pediram novamente um sinal do céu e obtiveram a resposta de Jesus, o mesmo se dirá de nós: “por causa da dureza do vosso coração, nenhum sinal lhes será dado, senão o sinal do profeta Jonas”.

A Cruz de Cristo se tornou um sinal neste mundo. Deus lhes deu um sinal: três horas de escuridão! No mesmo instante da morte de Cristo, a cortina do Templo se rasga de cima para baixo. O centurião confessa: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus”. Isso foi um sinal; Deus mostrou “de cima” que o culto “embaixo” havia acabado. O último sacrifício foi dado na cruz. Depois disso, nenhum outro vale mais. Este sacrifício foi o último e o único que podia salvar o mundo.

Durante as três horas de escuridão Jesus gritou: “Meu Deus, Meu Deus, porque me desamparaste?”. Ele sentiu o peso do julgamento eterno de Deus perante os nossos pecados. O Senhor colocou todo peso em cima d’Ele. Por causa disso, este sacrifício foi o único e o último. Por isso podemos dizer que a Cruz se tornou um sinal; escândalo para alguns, loucura para outros, mas para nós é o sinal da nossa salvação. Que Deus nos abra os olhos para ver sinais e ouvidos para acolher e entender a Palavra do Seu Filho, Jesus Cristo nosso Senhor.

domingo, 9 de outubro de 2011

28° DOMINGO DO TEMPO COMUM

Mt 22,1-14

Jesus aqui nos conta uma parábola um pouco enigmática: um rei tem uma festa de casamento preparada para as núpcias do seu filho. Então, envia seus servos para convidar as pessoas para o casamento. No entanto, aqueles que foram convidados não aceitam o convite e matam os servos do rei. Acontece, assim, uma grande chacina, pois o rei, vingativo, ordena que aqueles ingratos sejam executados.


Finalmente, abre-se esta visão das pessoas que são trazidas das encruzilhadas para encher a sala do banquete.


Como interpretar esta parábola tão enigmática? Em primeiro lugar, devemos compreender que este noivo é Jesus. E quem é a noiva? O Evangelho não nos diz, mas sabemos que somos nós. A noiva é a Igreja. A noiva, na verdade, são esses que foram convidados.


Neste sentido, a parábola não “fecha” perfeitamente em termos de comparação. Porque, na realidade, temos ali um banquete nupcial no qual todos nós ocupamos o lugar da noiva. Mas isso permanece no silêncio, no “não dito” daquilo que está no Evangelho. Este seria o sentido profundo e teológico da Palavra de hoje.


Algumas coisas que podemos observar a respeito deste Evangelho: Em primeiro lugar, a urgência escatológica. Interessante que o rei já tem tudo preparado para a festa de casamento. E de forma bastante inverossímil, ele ordena, quando a mesa já está posta, que os convidados sejam chamados. Estes mesmos convidados que antes não sabiam de nada!


Mas, aqui, o fato da mesa “estar posta” é simplesmente uma forma simbólica de falarmos da urgência escatológica. Deus quer que nós venhamos para o banquete de Seu Filho. E venhamos logo! Ele tem pressa. A mesa já está posta e a comida está “esfriando”.


O evangelista Mateus está “relendo” o fato histórico da destruição de Jerusalém e dizendo para os fiéis, que ouvem a esta parábola, que, embora Jerusalém tenha sido destruída, o convite para o banquete nupcial, para esta união entre Deus e a humanidade, continua em pé.


Com essa parábola das núpcias do Filho de Deus, o que podemos extrair de ensinamento para nossas vidas?


Veja: Deus nos chama para uma íntima união com Ele. Precisamos nos preparar para isto. Simbolizando esta preparação, vemos a veste nupcial que cada um de nós precisamos ter. Precisamos nos revestir desta veste, precisamos mudar de atitude. Mudar de vida para nos prepararmos ante esta união íntima com o Esposo, que é Cristo.


A Igreja inteira, todos nós, membros do Corpo de Cristo, iremos nos unir a Jesus. E será neste momento que acontecerá a festa. Acontecerá a realidade prometida por Deus desde toda a eternidade.


Somos chamados a esta união. Em Jesus, a união entre Deus e a humanidade já aconteceu de forma perfeita, porque Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Em Jesus acontece este matrimônio.


Mas é necessário que recebamos o Espírito Santo e sejamos unidos ao Corpo de Cristo. Como membros deste Corpo, que é a Igreja, então estaremos também neste matrimônio, nesta realidade de união com o Cristo cabeça.


Este é o nosso desejo e o desejo de Deus para nós. A urgência escatológica, a respeito da qual nos fala esta parábola, essa urgência de Deus, deveria dizer um pouco daquela urgência que deve habitar também no nosso coração.


Também nós deveríamos ter pressa em estar prontos para essa união com Deus. Também deveríamos ter pressa em convidar tantas e tantas pessoas para que venham participar deste banquete aberto a todos. É preciso convidar a todos. E descobrir, ali – nesta união – a grande alegria de ser católico, ser filho de Deus. Descobrir esta missionariedade de quem sabe: “Estou unido ao Esposo Jesus. Quero que outros também se unam a Ele.”


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sábado, 8 de outubro de 2011

Lc 11,27-28

Vede se aquilo que eu digo não é verdade. Enquanto o Senhor caminhava, seguido pela multidão e realizando milagres divinos, uma mulher exclamou: «Felizes as entranhas que Te trouxeram e os seios que Te amamentaram!» E que replicou o Senhor, para evitar que a tónica da felicidade fosse colocada na carne? «Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática!» Ou seja, Maria também é feliz porque escutou a palavra de Deus e a pôs em prática; mais do que guardar a carne no seu seio, guardou a verdade na sua alma. A Verdade é Cristo; a carne é Cristo. A verdade é Cristo na alma de Maria; a carne é Cristo no seio de Maria. Aquilo que está na alma é mais do que o que está no seio.

Ouvir a Palavra e pô-la em prática é a bem-aventurança da inserção no Reino. No âmbito familiar o amor à vida manifesta-se com os cuidados com a alimentação e a saúde, com a moradia saudável, com o conforto e a alegria, com a educação. O colocar em prática as palavras de Jesus significa assumir a missão de transformar este amor em amor universal, no cultivo da vida entre os pobres excluídos e humilhados. São muitos os bem-aventurados que, humildemente, se comprometem com esta missão, fazendo dos pobres sua própria família.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Lc 1,26-38

No dia de hoje, celebramos a Festa de Nossa Senhora do Rosário. A Igreja nos leva a meditar no cumprimento da profecia de Is 7,14, na qual Cristo nasceria de uma virgem. Seis meses depois de Isabel ter engravidado, o anjo Gabriel apresentou-se a Maria em Nazaré e anunciou o propósito divino em conceber o Filho de Deus no ventre da Virgem Santíssima. Ele anunciou que se lhe daria o trono de Davi e que esse reino seria eterno, cumprindo assim a profecia de Cristo.


Maria, ao aceitar o desafio do Senhor, também aceitou o perigo da sociedade em apedrejá-la por adultério, por estar comprometida com José. Outro risco que tinha de enfrentar era a ruptura do seu casamento quando José soubesse dessa situação. No entanto, Maria preferiu fazer a vontade de Deus a agradar a homens, ainda que lhe custasse tudo. Um grande exemplo para nós! Também lhe é anunciado que sua parenta Isabel havia concebido em sua velhice e que já era o sexto mês para aquela que era considerada estéril, porque nada é impossível para Deus.


O nascimento virginal é uma doutrina cristã fundamental, que aparece no Credo dos cristãos desde muitos séculos atrás. Pelo nascimento virginal, por obra do Espírito Santo, Jesus Cristo não teve pecado original e, por isso, foi capaz de oferecer um sacrifício perfeito para salvar a humanidade, porque só os homens livres podem salvar os condenados. Só o Homem celeste pode santificar o homem da terra.


Que com Maria, a Mãe de Deus e, sobretudo, com o seu “sim”, a nossa atenção se volte para Jesus e com Ele percorramos a trajetória de Sua vida: nascimento, ministério, Paixão e ressurreição.


O Rosário está intimamente associado aos evangelhos, para que, com sua reza, sejamos estimulados a um conhecimento cada vez mais profundo de Jesus e aderirmos e nos comprometermos com o seu projeto de libertação e vida.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Lc 11,5-13

Hoje, Jesus dá ênfase à importância da fé na oração feita com persistência, conforme aparece claramente na parábola do amigo à meia-noite.

Nesta parábola, um homem é surpreendido na calada da noite por um hóspede inesperado e está embaraçado por não ter nada para alimentá-lo. Para cumprir esta exigência da hospitalidade do Oriente Médio, ele vai ao seu amigo vizinho, à meia-noite, pedindo três pães. A resposta é abrupta e insensível: “Não me importunes; a porta já está fechada e os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar”.


A moral da história é que a “persistência” ou a “falta de acanhamento” do hospedeiro embaraçado atingiu seu objetivo numa situação em que os laços de amizade e afinidade mostraram-se ineficazes. Portanto, a aplicação da parábola é para encorajar a persistência e a fé esperançosa na oração. “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á”.


É importante reconhecer que esta parábola é simplesmente ilustrativa, pois Deus não é certamente um amigo insensível e de má vontade. Ele não nos vê como vizinhos importunos, desavergonhados. O argumento, então, raciocina do menor para o maior, do pior para o melhor.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Lc 11,1-4

Hoje vemos como um dos discípulos lhe diz a Jesus: «Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou a seus discípulos» (Lc 11,1). A resposta de Jesus: «Quando orardes, dizei: Pai santificado seja teu nome; venha o teu Reino; dá-nos a cada dia o pão cotidiano, e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todo aquele que nos deve; e não nos introduzas em tentação» (Lc 11,2-4), pode ser resumida com uma frase: a correta disposição para a oração cristã é a disposição de uma criança diante do seu pai.

Vemos em seguida que a oração, segundo Jesus, é um trato do tipo pai-filho. Isto é, um assunto familiar baseado em uma relação de familiaridade e amor. A imagem de Deus como pai nos fala de uma relação baseada no afeto e na intimidade, e não no de poder e autoridade.

Rezar como cristãos supõe em uma situação onde vemos a Deus como pai e lhe falamos, como seus filhos: Orar é falar com Deus.

A oração ao Pai comporta dois movimentos de nosso coração, na simplicidade: a acolhida da presença de Deus entre nós, em seu nome santo, e a disposição para a comunhão com os irmãos, na partilha do pão e no perdão; fica caracterizada a responsabilidade de cada um em tomar a iniciativa do perdão aos demais, com a qual se alcança também o perdão de Deus para si mesmo. No pedido final, nos apoiamos em Deus para não sermos seduzidos pelas propostas dos poderosos deste mundo, afastando-nos da solidariedade com os pobres excluídos.