Hoje escutamos do Senhor que «nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra» (Lc 4,24). Esta frase na boca de Jesus tem sido para muitos e muitas em mais de uma ocasião justificação e desculpa para não complicar-nos a vida. Jesus Cristo só quer advertir aos seus discípulos que as coisas não serão fáceis e que freqüentemente, entre aqueles que pensamos que nos conhecem melhor, ainda será mais complicado.
Como Eliseu e como Elias, Jesus Cristo sabe que é enviado não só aos judeus, mas a todos os homens para os salvar. Afirmar isso na sinagoga de Nazaré despertou a ira dos seus conterrâneos, que tentaram atirá-lo por um despenhadeiro sem o conseguirem.
Também nós cristãos fomos ungidos pelo Espírito no batismo e na confirmação para testemunhar e continuar a missão libertadora de Cristo. Se não queremos deixar apagar o Espírito de Jesus em nós e na nossa comunidade, temos de comprometer-nos na luta pelos mais pobres, segundo o programa de Cristo na sinagoga de Nazaré. Mas temos de fazê-lo com o mesmo amor com que o fazia Jesus. Pois não podemos implantar a justiça nas estruturas sociais sem estarmos nós mesmos convertidos, isto é, sem o amor e a força do Espírito de Deus, que nos liberta interiormente.
Rachel Malavolti
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