Conta-se que há muitos anos atrás, Antônio se apaixonou por Mônica e resolveram se casar.
Dinheiro eles quase não tinham, mas nenhum deles ligava para isso.
A confiança mútua era a esperança de um belo futuro, desde que tivessem um ao outro.
Assim, marcaram a data para se unir em corpo e alma.
Antes do casamento, porém, a moça fez um pedido ao noivo:
- Não posso nem imaginar que um dia possamos nos separar.
Mas pode ser que com o tempo um se canse do outro, ou que você se aborreça e me mande de volta para meus pais.
- Quero que você me prometa que, se algum dia isso acontecer, me deixará levar comigo o bem mais precioso que
eu tiver então.
O noivo riu, achando bobagem o que ela dizia, mas a Mônica não ficou satisfeita enquanto ele não fez a promessa
por escrito e assinou.
Casaram-se.
Decididos a melhorar de vida ambos trabalharam muito e foram recompensados.
Cada novo sucesso os fazia mais determinados a sair da pobreza, e trabalhavam ainda mais.
E tempo passou e o casal prosperou.
Conquistaram uma situação estável e cada vez mais confortável, e finalmente ficaram ricos.
Mudaram-se para uma ampla casa, fizeram novos amigos e se cercaram dos prazeres da riqueza.
Mas, dedicados em tempo integral aos negócios e aos compromissos sociais, pensavam mais nas coisas do que um
no outro.
Discutiam sobre o que comprar, quanto gastar, como aumentar o patrimônio, mas estavam cada vez mais distanciados
entre si.
Certo dia, enquanto preparavam uma festa para amigos importantes, discutiram sobre uma bobagem qualquer e
começaram a levantar a voz, a gritar, e chegaram às inevitáveis acusações.
- Você não liga para mim!
- gritou o marido - só pensa em você, em roupas e jóias.
- Pegue o que achar mais precioso, como prometi, e volte para a casa dos seus pais.
Não há motivo para continuarmos juntos.
Mônica ficou pálida o olhou com olhar magoado, como se acabasse de descobrir uma coisa nunca suspeitada.
- Muito bem, disse ela baixinho. Quero mesmo ir embora.
Mas vamos ficar juntos esta noite para receber os amigos que já foram convidados.
Ele concordou.
A noite chegou.
Começou a festa, com todo o luxo e a fartura que a riqueza permitia.
Alta madrugada o marido adormeceu, exausto.
Ela então fez com que o levassem com cuidado para a casa dos pais dela e o pusessem na cama.
Quando ele acordou, na manhã seguinte, não entendeu o que tinha acontecido.
Não sabia onde estava e, quando se sentou na cama para olhar em volta, a mulher aproximou-se e disse-lhe com carinho:
- Querido marido, você prometeu que se algum dia me mandasse embora eu poderia levar comigo o bem mais precioso que tivesse no momento.
- Pois bem, você é e sempre será o meu bem mais precioso. Quero você mais que tudo na vida, e nem a morte poderá nos separar.
Envolveram-se num abraço de ternura e voltaram para casa mais apaixonados do que nunca.
....................
O egoísmo, muitas vezes, nos turva a visão e nos faz ver as coisas de forma distorcida.
Faz-nos esquecer os verdadeiros valores da vida e buscar coisas que têm valor relativo e passageiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário