Com seu simbolismo, João não pretende realçar a relação amorosa “mãe-filho”, mas sim a relação de maternidade entre Maria e a humanidade. Ao que Jesus responde: “Não é preciso que a senhora diga o que eu devo fazer. Ainda não chegou a minha hora”. Jesus referia-se neste momento a hora de sua glorificação na cruz, que consagra uma vida toda dedicada à renovação do mundo pelo amor, até o fim, sem temer a morte.
Apesar de não ter chegado a sua hora, Jesus faz como que um prelúdio, uma sinalização de sua “hora”, e associa a água, fonte da vida, ao vinho, fonte de alegria. O amor de Jesus liberta da Lei e gera vida e alegria.
Jesus atende aos apelos de sua mãe e faz algo extraordinário: “Todos costumam servir primeiro o vinho bom e, depois que os convidados já beberam muito, servem o vinho comum. Mas você guardou até agora o melhor vinho”.
Falar de casamento num mundo como o nosso, onde existe a filosofia do “ficar”, na qual homens e mulheres têm medo de compromissos definitivos, é difícil, mas não impossível.
No texto de hoje, João nos diz que o casamento é uma prova de que é possível casar-se para sempre quando o mistério de Deus envolve toda a vida e preparação dos noivos. Sobretudo, quando está presente Maria que intercede junto a seu Filho Jesus pelos jovens e famílias já constituídas. Este Evangelho deixa bem claro que os principais convidados deste casamento são Jesus, Maria e seus discípulos.
Para você que é jovem e quer casar ou já está casado, quero lembrar que poderá enfrentar dificuldades e situações adversas, mas quando o amor é construído de dentro para fora e quando os dois entendem a missão e a responsabilidade do que estão fazendo, com Deus tudo fica mais fácil.
“Mais fácil” porque você tem consciência desta escolha que envolve renúncia, capacidade para esquecer de si próprio por amor ao outro e o grande propósito em fazer ao cônjuge feliz. A missão da esposa é fazer feliz o esposo e a missão do esposo é fazer feliz a esposa. É proporcionar o melhor vinho um ao outro. Através da sua oração você colocará o seu esposo ou esposa, noivo ou noiva, namorado ou namorada no céu. Em outras palavras, que a santidade da sua vida santifique a do outro!
A santidade, julgo eu, é o melhor vinho que nunca deve faltar dentro de um lar. E isto é fruto de uma intimidade profunda com o Espírito Santo, o dispensador das graças de Deus doado gratuitamente pelo Pai através de Jesus Cristo por intercessão de Maria Santíssima, nossa Mãe e Mãe da Igreja: “Filho, eles não têm mais vinho”.
Assim, quero hoje sugerir a você: dirija sua súplica a Jesus por meio de Maria. Que vinho tem faltado na sua casa? Que tipo de vinho você necessita hoje? Falta compreensão, perdão, paciência, fidelidade e, principalmente, amor? Lembro que a garantia da sua felicidade vem da confiança, da esperança e da fé em Jesus Cristo, Filho de Deus e de Maria, a minha e a sua Mãe.
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