Estamos no mês de Outubro, dedicado ao ROSÁRIO e às MISSÕES, com o Tema: "MISSÃO na Ecologia". A Liturgia continua o tema da VINHA, que representa Israel, o povo eleito, precursor da Igreja, o novo Povo de Deus.
Na 1ª Leitura, Isaías, com o "Cântico da Vinha", narra a História do amor de Deus e a infidelidade do seu Povo. (Is 5,1-7) É um lindo poema composto pelo profeta, talvez a partir de uma canção de vindima. Através do profeta (o trovador), Deus (o Amigo) julga seu povo (a vinha), descrevendo o amor de Deus e a resposta do Povo.
Um agricultor escolheu o terreno mais adequado, escolheu cepas da melhor qualidade, tomou todos os cuidados necessários. O sonho dele era a colheita dos FRUTOS do seu trabalho. Mas a decepção foi grande: só deu uvas azedas. Reação: Seu amor se transforma em ódio: derruba o muro de proteção, permite que os transeuntes a pisem livremente e que o inço tome conta.
Os Frutos, que o Senhor esperava, eram "o direito e a justiça", respeito pelos Mandamentos e fidelidade à Aliança. Ao invés, viu "sangue derramado" e "gritos de horror”: infidelidade, injustiça, corrupção, violência. Muitas manifestações religiosas solenes, sem uma verdadeira adesão a Deus. Daí o castigo de Deus: a invasão dos assírios e depois dos babilônios, que destruíram a vinha e deportaram os israelitas como escravos.
Na 2ª Leitura, Paulo apresenta virtudes concretas, que os cristãos devem cultivar na própria Vinha. São esses os frutos que Deus espera da sua "Vinha". (Fl 4,6-9)
No Evangelho, Jesus retoma e desenvolve o poema da VINHA. (Mt 21,33-43) Um Senhor planta uma vinha com todo o cuidado e tecnologia necessária e a confia a uns vinhateiros, conhecedores da profissão. Chega o tempo da vindima, manda buscar a colheita e vem a surpresa. Não entregam os frutos e maltratam os enviados. Não respeitam nem o próprio filho do dono. Chegam a matá-lo. A "Vinha" não será destruída, mas os trabalhadores serão substituídos.
A parábola é uma releitura da História da Salvação: ilustra a recusa de ISRAEL ao projeto de salvação de Deus. A Vinha é o Povo de Deus (Israel). O Dono é Deus, que manifestou muito amor pela sua vinha. Os vinhateiros são os líderes do povo judeu. Os enviados são os profetas o próprio Cristo "morto fora da vinha". Resultado: A "vinha" será retirada e confiada a outros trabalhadores, que ofereçam ao "Senhor" os frutos devidos e acolham o "Filho" enviado. Reação do Povo: tentam prender Jesus, pois percebem que a Parábola se refere a eles.
Quem são esses "outros", aos quais é entregue a Vinha? Somos todos nós, membros do novo Povo de Deus, a Igreja, que tem a missão de produzir seus frutos, para não frustrar as esperanças do Senhor na hora da colheita.
Ainda hoje devemos testemunhar diante do mundo, em gestos de amor, de acolhimento, de compreensão, de misericórdia, de partilha, de serviço, a realidade do Reino, que Jesus veio propor. Não podemos reduzir tudo a apenas umas práticas religiosas?
Os guardas da vinha quiseram até se transformar em "Donos". Esse perigo não pode estar presente ainda hoje em nossas comunidades? Não somos "donos", mas apenas administradores.
Deus nunca desiste de sua obra de amor e salvação! Uma Verdade consoladora, mas também um Alerta: Diante do fracasso com alguns. Deus não desiste. Mas Ele recomeça com outros. Será que Deus está satisfeito dos frutos que estamos produzindo?
Missão na ecologia! Nesse Mês missionário, somos convidados a renovar com Deus a Aliança. Que frutos estamos produzindo para a realização do Reino de Deus? Se hoje não somos missionários, não é esse um sinal de que estamos sendo maus vinhateiros. Não significa um desprezo para com a Vinha do Senhor? Nesse caso: "O Reino também nos será tirado e entregue a outros que produzam frutos".
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