Mt 22,1-14
Jesus aqui nos conta uma parábola um pouco enigmática: um rei tem uma festa de casamento preparada para as núpcias do seu filho. Então, envia seus servos para convidar as pessoas para o casamento. No entanto, aqueles que foram convidados não aceitam o convite e matam os servos do rei. Acontece, assim, uma grande chacina, pois o rei, vingativo, ordena que aqueles ingratos sejam executados.
Finalmente, abre-se esta visão das pessoas que são trazidas das encruzilhadas para encher a sala do banquete.
Como interpretar esta parábola tão enigmática? Em primeiro lugar, devemos compreender que este noivo é Jesus. E quem é a noiva? O Evangelho não nos diz, mas sabemos que somos nós. A noiva é a Igreja. A noiva, na verdade, são esses que foram convidados.
Neste sentido, a parábola não “fecha” perfeitamente em termos de comparação. Porque, na realidade, temos ali um banquete nupcial no qual todos nós ocupamos o lugar da noiva. Mas isso permanece no silêncio, no “não dito” daquilo que está no Evangelho. Este seria o sentido profundo e teológico da Palavra de hoje.
Algumas coisas que podemos observar a respeito deste Evangelho: Em primeiro lugar, a urgência escatológica. Interessante que o rei já tem tudo preparado para a festa de casamento. E de forma bastante inverossímil, ele ordena, quando a mesa já está posta, que os convidados sejam chamados. Estes mesmos convidados que antes não sabiam de nada!
Mas, aqui, o fato da mesa “estar posta” é simplesmente uma forma simbólica de falarmos da urgência escatológica. Deus quer que nós venhamos para o banquete de Seu Filho. E venhamos logo! Ele tem pressa. A mesa já está posta e a comida está “esfriando”.
O evangelista Mateus está “relendo” o fato histórico da destruição de Jerusalém e dizendo para os fiéis, que ouvem a esta parábola, que, embora Jerusalém tenha sido destruída, o convite para o banquete nupcial, para esta união entre Deus e a humanidade, continua em pé.
Com essa parábola das núpcias do Filho de Deus, o que podemos extrair de ensinamento para nossas vidas?
Veja: Deus nos chama para uma íntima união com Ele. Precisamos nos preparar para isto. Simbolizando esta preparação, vemos a veste nupcial que cada um de nós precisamos ter. Precisamos nos revestir desta veste, precisamos mudar de atitude. Mudar de vida para nos prepararmos ante esta união íntima com o Esposo, que é Cristo.
A Igreja inteira, todos nós, membros do Corpo de Cristo, iremos nos unir a Jesus. E será neste momento que acontecerá a festa. Acontecerá a realidade prometida por Deus desde toda a eternidade.
Somos chamados a esta união. Em Jesus, a união entre Deus e a humanidade já aconteceu de forma perfeita, porque Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Em Jesus acontece este matrimônio.
Mas é necessário que recebamos o Espírito Santo e sejamos unidos ao Corpo de Cristo. Como membros deste Corpo, que é a Igreja, então estaremos também neste matrimônio, nesta realidade de união com o Cristo cabeça.
Este é o nosso desejo e o desejo de Deus para nós. A urgência escatológica, a respeito da qual nos fala esta parábola, essa urgência de Deus, deveria dizer um pouco daquela urgência que deve habitar também no nosso coração.
Também nós deveríamos ter pressa em estar prontos para essa união com Deus. Também deveríamos ter pressa em convidar tantas e tantas pessoas para que venham participar deste banquete aberto a todos. É preciso convidar a todos. E descobrir, ali – nesta união – a grande alegria de ser católico, ser filho de Deus. Descobrir esta missionariedade de quem sabe: “Estou unido ao Esposo Jesus. Quero que outros também se unam a Ele.”
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