“Jesus disse: Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Ide, pois, aprender o que significa: Misericórdia eu quero, não sacrifícios. De fato, não é a justos que vim chamar, mas a pecadores”. Mt 9,12-13
Hoje celebramos a festa do apóstolo e evangelista São Mateus. Ele mesmo nos conta no seu Evangelho sobre a sua conversão. Estava sentado na coletoria de impostos e Jesus o convidou a segui-lo. Mateus -diz o Evangelho- «se levantou e seguiu-o» (Mt 9,9). Com Mateus chega ao grupo dos Doze um homem totalmente diferente dos outros apóstolos, tanto pela sua formação como pela sua posição social e riqueza. Seu pai lhe fez estudar economia para poder fixar o preço do trigo e do vinho, dos peixes que seriam trazidos por Pedro e André e os filhos de Zebedeu e o das pérolas preciosas das quais fala o Evangelho.
Talvez a resposta esteja no último versículo que hoje lemos: “Aprendam, pois, o que significa: ‘Eu quero a misericórdia e não o sacrifício’. Porque eu não vim para chamar justos e, sim, pecadores”, ou seja, o evangelista acha necessário esclarecer que o centro da missão do Messias é buscar o que estava perdido, curar os doentes, libertar os cativos, proclamar o ano de graça da misericórdia do Senhor! (cf. Lc 4,18-19).
O Evangelho de hoje nos diz que Jesus “viu primeiro”, referindo-se a Mateus; é vê-lo na sua situação cotidiana e total: “Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos”. Mas o olhar de Cristo é capaz de ir além do que um simples olhar enxerga de um judeu cobrador de impostos. Ele reconhece nesse homem um filho muito querido de Deus, e isso é o que Ele comunica primeiro para o cobrador de impostos. Seu olhar sobre Mateus está carregado da ternura e misericórdia de Deus Pai, que cura as feridas e perdoa os pecados, amando-o incondicionalmente.
Por isso Jesus lhe diz: “Segue-me!”. Abre-se diante de Mateus a possibilidade de um caminho novo, impensável até aquele momento. É convidado a deixar de ser uma engrenagem do império opressor, para passar a ser um íntimo colaborador na construção de um Reino de liberdade, justiça e solidariedade.
Deixemos que Jesus passe e nos olhe no nosso dia a dia e, como São Mateus, tenhamos a coragem de acolher esse olhar e a proposta que dele brota. Sem dúvida, nossa vida passará a ser diferente e poderemos também ser parte deste círculo aberto, inclusivo e integrador de amigos e amigas de Jesus que continuam lutando pela Sua mesma paixão: o ser humano e a casa em que ele habita.
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