" E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará recompensa." Mt 6,18b
O Evangelho dessa celebração tem uma orientação muito prática. Jesus diz que quando a gente faz um trabalho (esmola, oração e jejum) não devemos tocar a trompeta, levar fotógrafo e cinegrafista para filmar para mostrar que está fazendo algo. Nas celebrações do Tempo Comum, que celebramos, refletimos como Jesus e avesso à publicidade. Seu ensinamento é claro: faça sempre o bem, seja sempre bom, mas faça as coisas em segredo porque o Pai recompesa quem faz o bem sileciosamente.
As cinzas que serão impostas no dia de hoje são o principal símbolo litúrgico do início da Santa Quaresma, tanto que dão o nome ao dia e ao sagrado ofício litúrgico. As cinzas representam a pequenez do homem. Por isso, ao recebermos as cinzas na Liturgia hodierna vamos pensar em duas atitudes fundamentais da vida cristã: ARREPENDIMENTO e PENITÊNCIA, PURIFICAÇÃO e RESSURREIÇÃO.
Receber as cinzas é um compromisso de conversão: o abandono do pecado, de penitência pública, pedindo perdão a Deus pelos nossos pecados, purificando de nossas faltas e ressurgindo para uma vida nova, a vida da graça e da amizade com Deus, para viver nos quarenta dias do tempo quaresmal uma permanente e contínua vontade de retorno à vida da graça e mudança de vida, atendendo a própria oração de imposição de cinzas: “Convertei-vos e credes no Evangelho”.
Para fazer penitência e se converter, é preciso muita humildade, muita disposição de mudança e muita persistência. A penitência começa conosco mesmos, dentro de nossas pequenas e grandes limitações, procurando corrigir nossos desvios e pecados e buscando lucrar a graça santificante de Deus. O orgulhoso é incapaz de fazer penitência, pois ela pressupõe humildade, o reconhecimento da pequenez de nossa natureza humana diante do Criador, diante do próprio mistério da criação.
Rachel Malavolti
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