Na Liturgia desses domingos de Páscoa, podemos perceber a preocupação de Cristo em formar a sua Igreja, que continuará a obra de salvação iniciada por ele.
Hoje nos fala do espírito que deve animar a nova Comunidade: O AMOR MÚTUO.
A 1a Leitura mostra o final da 1a viagem missionária de São Paulo, na qual fundou e organizou novas comunidades cristãs. (At 14,21b-27)
Nela podemos notar 3 elementos:
- O Anúncio da Palavra até os confins da terra: anunciar o seu amor e o seu desejo de salvação para toda a humanidade.
- Os Conflitos são superados: Os sofrimentos são indispensáveis para entrar no Reino, mas confirmam a autenticidade da mensagem e possibilitam sentir a presença de Deus na caminhada da comunidade.
- A Organização das Comunidades: Paulo cria uma Instituição de Dirigentes ("Presbíteros"), que aparecem aqui pela primeira vez fora da Igreja de Jerusalém. É um ministério para administrar, vigiar e defender a comunidade. São Paulo escolhe diretamente, após uma preparação de oração e jejum...
A 2ª Leitura mostra o rosto final dessa Comunidade de chamados a viver no amor. (Ap 21.1-5a) Deus veio morar conosco. Cabe à Comunidade cristã transformar a Babilônia em que vivemos em Nova Jerusalém. A Igreja deve ser um anúncio dessa comunidade escatológica, essa "noiva" bela, que caminha com amor ao encontro de Deus, o Amado.
No Evangelho, Jesus, ao se despedir dos discípulos, deixa em testamento à comunidade o "MANDAMENTO NOVO: "Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei". (Jo 13,31-33a.34-35)
O AMOR MÚTUO: É SINAL da presença de Jesus na comunidade cristã. Jesus continua sua presença e sua ação no amor mútuo dos discípulos. É o DISTINTIVO do verdadeiro cristão: "Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns para com os outros".
Estamos no contexto do lava-pés. É aqui que Jesus mostra a comunidade como lugar de amor, onde ele pode, mesmo partindo, estar presente. De fato, isso acontece na Eucaristia, na Palavra e também no cumprimento de seu novo mandamento: amem-se uns aos outros.
Assim, o distintivo de todo discípulo de Cristo, em qualquer lugar e tempo, é o amor recíproco. Sem esse sinal o mundo não pode identificar a comunidade cristã.
O mundo, diante do amor, que é uma maneira de Cristo estar presente, acreditará nele. Esse mandamento, característico de Jesus, é antes de tudo um novo modo de vida, um novo objetivo.
Para Cristo, e também para a Igreja, o amor é a base de tudo e nele tudo tem valor, enquanto que, sem ele, nada é agradável a Deus. Esse amor de que Jesus fala não é senão o amor divino que nos foi dado pelo Espírito Santo.
Recebido no batismo, ele nos insere na Trindade, fazendo-nos filho de Deus. É amando como Jesus que a terra se une ao céu. E é por meio desse amor que a realidade divina vive na terra, dando-nos a certeza de que o paraíso se constrói aqui, como uma antecipação da graça definitiva no céu.
Somos cristãos à medida que amamos e expressamos esse amor como Jesus: fazendo a vontade do Pai, construindo seu Reino, deixando cair por terra a mentira que nos impede de dar ao mundo a resposta que Deus deseja.
Rachel Malavolti
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